sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

Orkut x Facebook no Brasil

Por Carla Peralva e Murilo Roncolato

Um retrato do Brasil. É assim que o Google vê o Orkut. Pelo menos é assim que ele é descrito pelo gerente de marketing da empresa no País, Valdir Leme.

Aos sete anos de idade – o aniversário foi em 24 de janeiro – a única rede social do Google que vingou enfrenta outra rede, que também tem sete anos mas está bem mais crescidinha: o Facebook. O site de Zuckerberg desafia a rede social que só é popular mesmo no Brasil a se manter competitiva como plataforma de criação de aplicativos.

O escritório de desenvolvimento do Orkut, que conta com algo em torno de 50 engenheiros, fica em Belo Horizonte. As áreas comerciais e financeiras estão em São Paulo. Essa nacionalização de uma rede que já almejou ser global mostra bem o que o Brasil representa para o Orkut: seu último foco de resistência, o único país em que ele ainda é o líder em número de usuários. Somos 32 milhões no Orkut, 61,5% do total de usuários, segundo a ComScore. O Facebook tem mais de 600 milhões de usuários no mundo, sendo apenas 12 milhões brasileiros.

O motivo de tanto sucesso? Para André Telles, publicitário e autor do livro Orkut.com (2005), isso se deve ao pioneirismo do Google ao introduzir rapidamente a rede social no Brasil e à estratégia de guerrilha dos convites necessários para se participar no site no início de seu processo de popularização, ainda em 2004.

“O Orkut foi porta de entrada da internet para diversos jovens no Brasil e certamente contribuiu para a inclusão digital, a partir do momento em que jovens da classe C e D faziam questão de fazer parte da rede”, diz Telles.

Segundo ele, a fatia dos brasileiros que está aderindo ao Facebook pertence às classes A e B e corresponde a uma porção muito pequena dos usuários de internet do Brasil.

A classe C, onde a maioria se concentra, não só ainda não migrou para o Facebook, como mantém um alto nível de atividade no Orkut. “Por isso não se pode desprezar o Orkut, em uma campanha de mídia digital, a classe C”, afirma Telles.

Mas o movimento de migração já é perceptível: em janeiro do ano passado, 92,6% dos usuários brasileiros do Facebook também acessavam seus perfis no Orkut. Em dezembro, esse percentual caiu para 88,7%.

“Existe menos superposição nas redes sociais hoje, e isso é uma tendência que vai continuar”, diz Alex Banks, diretor do instituto de pesquisa comScore no Brasil e vice-presidente na América Latina. Ele acredita que cada vez mais os brasileiros vão deixar de acessar as duas redes, para se dedicar somente ao Facebook. “Daqui a um ano, vamos ver o Facebook dobrando de audiência, e o Orkut não”, diz.

E o que ainda segura o brasileiro do Orkut? Silvio Meira, cientista-chefe do Centro de Estudos e Sistemas Avançados do Recife, responde: “Tradição, família e propriedade”. Ele diz que as pessoas gastaram tempo aprendendo a usar o Orkut, montaram suas redes de amigos e parentes no site e colocaram todos seus dados em seus perfis. Sair da rede e migrar para outra tem um custo, é como começar do zero, demanda esforço, já que não há um jeito simples de se exportar o perfil para outra rede social.

Para Banks, depois que a rede social do Google perdeu a liderança na Índia para o Facebook em 2010, o Orkut se tornou dependente dos brasileiros, o que, para ele, não é um bom sinal. “Uma rede social que é só um país tem os dias contados”.

Para reverter o quadro, Telles acredita que o Orkut tem que se abrasileirar cada vez mais, já que não vê uma saída internacional para o Google neste nicho. “É muito difícil. É melhor que o Orkut se solidifique onde já tem presença, melhorando seus diferenciais”, sugere.

Meira discorda. “O mundo é cada vez mais conectado e você acha que tem chance para ter uma rede social do Brasil? Ou Google tem uma estratégia global para o Orkut ou está acabado, pura e simplesmente”.

Conteúdo próprio

Se há um ponto que os brasileiros acostumados ao Orkut podem sentir falta ao usar o Facebook são as comunidades. As páginas e os grupos da rede de Zuckerberg são menos organizados e mais efêmeros, uma vez que o conteúdo não é ordenado em um fórum buscável e facilmente se perde no fluxo das mensagens.

Muitas informações em português ainda só são encontradas nas comunidades. Um exemplo: depoimentos de usuários e dicas sobre modelos específicos de celulares. Se estiver para comprar um aparelho, experimente procurar a comunidade sobre ele no Orkut e, muito possivelmente, irá encontrar tutoriais e um bom panorama da usabilidade do produto.

Durante muito tempo, o Orkut também foi o principal repositório brasileiro de links para download de músicas e filmes – quem não conhece a comunidade Discografias? – e, até hoje, os fóruns organizam e atualizam esse material. Outro fenômeno típico são as comunidades criadas para reunir colegas de uma classe ou para homenagear um amigo.

O Google acredita que, além das comunidades, sua rede social tem outro ponto forte: as fotos. Só no dia 3 de janeiro, 62 milhões foram postadas, o que gerou 1,6 bilhão de visualizações. Em novembro, um novo tipo de comunidade, com funções sociais expandidas e layout mais personalizável, foi lançado: são as branded communities, que, por enquanto só podem ser criadas por empresas.

Um fato é que aqui no Brasil o orkut não será desativado tão cedo, pois existe realmente alguns recursos que o facebook não possui, tipo os depoimento, scrap privado, visitantes recentes(o que gera uma curiosidade) entre outros recursos que nos faz ficar muito preso ainda. O facebook vem para dominar, mais o orkut ainda tem mais alguns anos de resistência, pois no Brasil a rede é muito grande é difícil se desfazer e perder vários contatos importantes. A sobrevivência do orkut no Brasil só dependerá dela mesmo, de estratégia, campanhas de marketing, e incentivo para que as pessoas continuem na sua rede social, pois quem já migrou para o facebook mal lembra que o orkut existe. (Raphaella Lima)

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

Do chefe estressado ao colega folgado: como lidar com problemas na empresa?

Por Gladys Ferraz Magalhães

As exigências do mercado tem tornado o ambiente de trabalho cada vez mais contraditório, visto que, ao mesmo tempo que exige-se dos profissionais competitividade nos resultados, é necessário que os mesmos saibam trabalhar e conviver com pessoas dos mais diferentes perfis e valores.

Isso tudo, aliado à pressão por resultados, faz com que uma boa parte dos profissionais tenham que conviver com problemas de relacionamento na empresa, o que, segundo o consultor Antonio Carlos Pereira, pode impactar diretamente no rendimento dos profissionais, fazendo com que os envolvidos trabalhem sempre na defensiva.

“Problemas de convivência corróem o bom relacionamento, fazendo com que as pessoas trabalhem na defensiva e até prejudicando a carreira (…) O melhor a fazer é agir com franqueza, mantendo o diálogo aberto e, em último caso, recorrendo ao departamento de RH (Recursos Humanos)”, diz o consultor.

Não leve o problema pra casa

A coordenadora de consultoria da Ricardo Xavier Recursos Humanos, Veridiana Germano, concorda e faz um alerta:

“A pessoa deve procurar alternativas que a ajudem a superar os problemas do escritório e manter o equilíbrio. Tentar desabafar com familiares e amigos de fora do ambiente de trabalho é uma alternativa, desde que se tome o cuidado para não viver o problema do trabalho em casa”.

Veridiana diz ainda que os profissionais devem evitar falar dos problemas do escritório com os colegas da equipe, procurando, no trabalho, sempre manter o foco nas suas atividades.

Abaixo, algumas das situações problemáticas mais comuns no ambiente de trabalho e, segundo a coordenadora da Ricardo Xavier, como lidar com elas:

  • Chefe estressado: o profissional não pode enfrentar ou competir com este chefe. Na hora de abordar algum assunto relacionado ao trabalho, deve aguardar o momento ideal. Sabendo do temperamento do chefe, o melhor é evitar levar problemas a ele;
  • Chefe sempre insatisfeito: este chefe é detalhista e perfeccionista, portanto o melhor é ter uma conversa franca para saber como ele trabalha, o que o agrada e o que ele espera de você. Caso observe que a insatisfação do chefe ocorre com todos os profissionais da equipe, relaxe e não deixe que isto te desmotive;
  • Colega folgado: tenha uma conversa franca, porém delicada. Se não resolver, o melhor é se afastar e focar nas suas atividades profissionais; colega que sempre pega as ideias dos outros: fique atento e evite contar seus planos e ter conversas mais profundas. Na hora de colocar suas sugestões, deixe claro que a ideia foi sua.

Fonte: infomoney.com.br > 09/01/2011

sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

Cuidado você pode ser um "Cagonauta"

Pessoal,

Li esse artigo hoje, e resolvi compartilhá-lo com vocês na esperança de ajudar alguém que se encontre nessa situação e não percebeu ainda. Se alguém ai se chamar “Pereira”, não fique bravo comigo, é mera coincidência!

OS CAGONAUTAS

Numa de minhas palestras, almocei com o diretor da empresa, o Pereira. Ficou o tempo todo me contando das dificuldades em conseguir que seus funcionários fossem mais eficientes. Reclamava que a turma não tinha senso de urgência nem de propriedade. Que tinha que ficar o tempo todo em cima para que as coisas acontecessem. Que o pessoal só trazia problemas. Que seus gerentes eram medrosos. Que estava a ponto de mandar a maioria embora e procurar gente mais competente.

Como eu conhecia a figura de longa data, não precisei pensar muito para encontrar o problema. O Pereira dirigia o negócio com mão de ferro. Quando entrava na sala as pessoas se encolhiam. Ninguém queria ser a vítima do dia, desmontada ao cometer um erro ou uma palavra mal colocada.

A única coisa que todos seus funcionários tinham em comum era...Medo. Medo do Pereira.

O Pereira era um cagonauta.

Cagonautas são os sujeitos que passam a vida rodeados de cagões. E os bons cagonautas, nunca enxergam seu papel na produção de cagões. Eles cumprem pelo menos quatro regras básicas para a criação de cagões: humilham os subordinados; punem quem traz más notícias; castigam quem falha na primeira tentativa e não dão espaço para a comunicação franca.

Cada vez que o Pereira humilhava um funcionário, criava um cagão. E quando o fazia na frente dos outros 50 funcionários, criava 51 cagões. Ninguém queria ser o próximo a ser esculhambado, portanto o melhor é não se expor, ficar quieto no seu canto, escondido.

Quando alguém cometia um engano, era trucidado pelo cagonauta. E deixava de ter iniciativa própria. Ninguém queria correr riscos...

- “Mas como é que ninguém me falou disso antes?” Urrava o cagonauta.

E quem é que seria besta de levar a má notícia ao Pereira? Melhor deixar o tempo passar...E o problema ia crescendo, crescendo... Quando chegava ao conhecimento do cagonauta, era tarde demais. Já estava fora de controle, não dava pra corrigir.

O processo de comunicação, então, era totalmente truncado. Ninguém se dirigia ao Pereira de forma aberta, transparente. Tinham medo das conseqüências...

- “Bando de incompetentes!!!”.

Pois o Pereira não é único, não. Canso de encontrar cagonautas por aí. E nenhum deles percebe que aquele monte de cagões incompetentes que o circundam, são crias suas!!

Se o seu chefe é um cagonauta, tome cuidado. Ele está te treinando para ser um...cagão!

Agradecemos à Claudio Coelho, presidente da APADi, que leu esse artigo e compartilhou conosco.